sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

echando de menos

Teve um tempo em que a saudade foi dolorida. Trazia um gosto amargo na boca, uma mão de ferro apertando o peito, pensamentos perdidos e diminuidores. Tempos de tempestade, de mar agitado...era posse, era vontade de estar no controle. Amor de verdade traz uma saudade que dói também, mas é mais madura, carinhosa...uma saudade que é declarada, que não tem vergonha de existir e nem prejudica a gente. Saudade de ver o brilho daqueles olhos que a gente quer, sentir se nesse tempo em que a distância corporal existiu nada se alterou. Saudade dos corpos juntos, de permitir aquele fluxo de energia que a gente troca com quem ama.

Saudade domada é boa...nos traz certezas, nos traz conhecimento de nós mesmos, nos traz gás para seguir em frente. Não que um amor tenha que ser provado às distâncias...mas porque um tempo de suspiro, de reflexão, nos permite um reencontro com nós mesmos e consequentemente com o nosso ideal de amor.

Sentir saudade é positivo sim. Se ela te enlouquece, te põe fora de si, algo pode estar errado. Se ela te embala num diferente ritmo mas que não te tira os pés do chão, é um bom sinal. Sinal de que estás em ti antes de tudo e a falta da pessoa é apenas um doce sinal de que existe uma forma melhor ainda de se viver. Não porque estar sozinho é angustiante ou impossível, mas porque estar em companhia de quem se ama te adiciona e te completa. Simplesmente porque estar ao lado de quem se ama é mais.

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