segunda-feira, 27 de abril de 2009

não tão a fim...

Poderia ser mais um filme onde se prometem finais felizes. Mas “Ele não está tão a fim de você” traz, através do pressuposto de que existe uma regra para relacionamentos amorosos, justamente a pulga atrás da orelha para confirmar o contrário: sempre existem as exceções. E pasmem, é sempre bom ser uma delas. O filme tem cenas hilárias, onde qualquer mulher, em uma fase ou outra da sua vida se enxergará. As esperas no telefone, a feia mania de manter um “step” para horas de carência e a surpresa com um novo amor quando tudo dava a entender que tínhamos zerado nosso caderninho de conquistas.

Entre as risadas e os clichês, consegui parar para refletir sobre algo bem maior que o filme...a relatividade de tudo na vida, a inexatidão do que pode ou não acontecer. Tentamos nos fixar a regras, tentar aperfeiçoar nossas condutas, mas a realidade é que tudo o que tiver que acontecer, irá. Daí deve ter vindo a necessidade de terem inventado o destino. Mentor de nossos caminhos, sábio articulador de momentos indesejáveis, que no fim, desembocarão em benefícios incontestáveis. E aí está outra grande sacada reconfortante do filme: a possibilidade de aprender com os fins. Enxergar um final feliz num término de relacionamento, pois se os olhos de quem enxerga querem, é possível ver as flores que estão ali, brotando dentro de nós. Novas idéias, novos horizontes, assumir que sim, podemos estar errados, podemos mudar de opinião. E quando entendemos o quanto a vida nos leva a destinos preciosos através de caminhos tortuosos podemos agradecer, mesmo que tardiamente, alguns golpes que ela nos deu e que nós, ainda crianças, não soubemos dar o devido valor e significado.