quinta-feira, 29 de julho de 2010

apenas mais uma de amor


Eu não brigo com a vida. Se ela me mostra os dentes, eu mostro o coração. Maldade nesse mundo tem demais, mas eu ainda confio em valores e os coloco na trincheira para driblar qualquer coisa. Olho gordo, figas, feitiço, vontade de puxar tapete...eu derrubo tudo isso com amor. Porque ele é a força que a gente necessita, ele é a essência que está em qualquer coisa construtiva. Amor da humildade que sabe esperar e respeitar o espaço do outro. Amor da paciência de aguardar o crescimento de alguém que ainda não amadureceu e sai metralhando a alma dos outros. Amor do respeito às diferenças e do entendimento de que ninguém precisa seguir regras pra ser bom, sociável e aceitável.

E amar não é aceitar tudo. É preciso se posicionar, encarar alguns conflitos, às vezes. Mas nunca perder a ternura, como dizia Che Guevara. Ele falava de um sentimento que hoje é confundido com fraqueza. Mas só os fortes sabem o poder encerrado em seu conceito. Manter coerência de espírito e ações também é tarefa que exige disciplina e coração. Quantas vezes tu já criticou no outro aquilo que em ti explode nas horas mais funestas?

O exercício da alteridade é precioso para quem não veio à vida a passeio e quer ser mais do que um simples grão de areia nessa existência que lhe foi proporcionada. Eu vejo que existe sim, muita gente carregando trombas de elefante e orelhas de burro por aí porque negou o crescimento e não provou ainda o doce sabor de se desconhecer e chegar à conclusão do erro. Existe coisa melhor do que ressignificar um conceito? Quebrar os paradigmas que se tinha, baixar a guarda e confessar que, enfim, aprendeu?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Passagens de avião para todas as rotas do mundo. Eu ficaria dois segundos até em cada recanto desse tudo, visitando espaços novos, viajando com a cabeça, sem fazer reservas, só vivendo do pedido de morada. Arriscaria minhas vidas, ganharia novas, faria uma história diferente para esse meu roteiro já cansado. Acho que até me deixaria encontrar o amor em algum par de olhos que não falasse minha língua. Para a comunicação ser mais precisa e sinestésica, nada de dialetos pra ajudar na conquista.

Porque parece que a gente deixa uma bolha nos enrolar na rotina, na vida que a gente sempre conheceu, e dificulta nossa revisita ou descoberta. Tira a coberta de cima e descobre novos sons de enxergar, novas caras pra tocar. O som sai fácil da minha boca, leve e solto, mas não sei direito o que ele quer cantar. Talvez seja só eu mesma que me deixo escondida lá, só por medo ou teimosia. Será que preciso deixar bastante para um dia cansar?

terça-feira, 20 de julho de 2010

a eles, os que sabem ser

Sim, acho que é piegas e muitas vezes soa exagerado. Mas me emociono toda, me arrepio, nesses dias como o 20 de julho. Revisito fotos, lembro momentos e parece que me alimento deles a cada vez que retorno nas lembranças. As fotos realmente eternizam instantes. Porque são signos que iluminam mais uma vez as marcas deixadas pelos fatos no momento em que aconteceram.

Hoje minha alma se iluminou de várias maneiras e em vários recantos escondidos. Lembro de coisas absurdas, sorrisos, histórias cômicas...e eles estavam todos ali...meus amigos. Como esquecer do que cada um trouxe para minha vida? Na estranheza de seus jeitos, nas suas particularidades mais comuns ou complexas. Alguns me ensinaram a chorar mais, outros a ser madura e ao invés de reclamar, superar. Outros me convenceram que sim, é preciso rir da vida e do próprio tombo. Através do exemplo, me mostraram que levar a vida tão a sério não é sinônimo de sucesso. Muitas vezes vencemos os obstáculos justamente, por ter brincado mais e ter deixado exigências de lado.

De cada um fui extraindo lições e, através da comparação inevitável que fazemos com todo e qualquer ser humano que entra em nossas vidas, fui crescendo ainda mais. Amigos são degraus para o nosso crescimento interior. Eles oferecem matéria-prima pra amadurecer e se superar. Eles são nossos espelhos quando os criticamos e, na verdade, estamos apontando falhas em nós mesmos.

E se amar é piegas, se ruminar esse amor e falar aos quatro ventos que ele existe é exagerado ou soa redundante, eu sou essa pieguice em pessoa. AMO e repito.