terça-feira, 11 de agosto de 2009

A fumaça sobe, o horizonte não é o mesmo
Nem ela é mais aquela menina que no céu estrelado pensava coisas vazias
Memórias e fases...o tempo passou
Cada ano é diferente, mas as perguntas se repetem

Hoje as estrelas parecem mais distantes
O céu de Porto Alegre não é o mesmo que ela viu há anos atrás
Uma sacada, uma janela...um horizonte para testemunhar pensamentos
Tantas dores passaram, tantas pedras se retiraram

Uma vida se traça em alguns segundos
Escolhas, felicidades, morte e desejos
Tantos que transbordam dentro de um só ser
Como dizer ao céu que era até ele que eu queria chegar?
Como explicar para a vida que é nela que quero provar
Novos sabores, novos jeitos de ser eu mesma
Passar pelo medo sem perder os detalhes da vida
Um gole de cerveja, um olhar, conversas de bar

Foram muitos os momentos mas eu ainda estou aqui
Querendo descobrir mais uma das muitas Clarissas que existem em mim
As roupas estendidas no varal ainda molhadas
A umidade desses dias que não evapora
Os sentimentos que em mim não passam
Dúvidas e a eterna certeza de que sempre vou querer ser mais

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

valores


O princípio parece tão simples, como uma peça de quebra cabeça que precisa de um desenho específico para se encaixar na outra. Não que para relações amorosas exista a “peça” perfeita, ou a alma gêmea. Mas algo que, simplesmente, se encaixe. Já bem dizia meu pai “Um peixe e um pássaro podem se amar, mas onde construirão seu lar?”. Para o desespero dos que acreditam que os opostos se atraem, essa verdade cada vez me parece mais aceitável. E rende reflexões que me acalmam e justificam muitas coisas de meu passado amoroso.

Ele pode gostar mais de preto e eu mais de branco. Ele pode amar bife de fígado e eu odiar. Ele pode gostar de dias de sol escaldante e eu de dias de vento no inverno. Mas ele não pode colocar o apego com seus bens antes do apego com a nossa relação. Ele não pode não valorizar a família, ser mesquinho ou descartar sentimentos de sua vida facilmente. Ele não pode não encarar seus erros, não dar o braço a torcer, não querer crescer. Porque o contrário de tudo isso são mais do que simples características minhas. São meus valores.

E a gente tenta encaixar coisas que não se encaixam. Tentamos persistir em ilusões, sonhos que montamos, sem enxergar que a incompatibilidade sempre foi gritante. Adaptar em uma relação? Sim, com certeza, mas o que se pode adaptar? Nada que mude nossa essência, que nos deixe de acreditar em nossas vontades e sonhos. Nada que nos faça mudar, ser menos românticos, cobrar menos atenção, deixar de lado, nós mesmos. É nessa hora que o que devia somar começa a diminuir...e o afastamento se torna a única via a ser encarada.

Valores vêm de berço, os construímos através de nossas experiências, de cada passo em falso, de cada lágrima que lapidou nossa personalidade. Mas também de coisas inexplicáveis. A nossa fé, a maneira que tratamos as pessoas, a necessidade de mais ou menos individualidade, o perfil aventureiro ou caseiro... Por isso que o autoconhecimento é o precedente de uma relação verdadeira e saudável. Bingo!