sábado, 7 de novembro de 2009

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Hoje é um daqueles dias de parêntesis. Parece que viro a Sofia do livro de Jostein Gaarder e subo no alto do pêlo do coelho para ver tudo. Minha sensibilidade está exacerbada e por isso a capacidade de aprender e sentir é um fenômeno sinestésico. Grandes eventos, emoções fortes e marcantes me fazem ficar assim. E eu vivo dentro desse parêntesis até que as coisas voltem para a sua medíocre normalidade.

Nessas horas consigo me enxergar como eu mesma, dentro de meus defeitos, consciente de minhas escolhas, por mais erradas que sejam. Consigo me ver como ser humana falha e me aceitar ao mesmo tempo. É como uma mulher vaidosa aceitando suas rugas. Porque elas denotam sua experiência, maturidade e jogo de cintura na vida.

Chegando aos 25, ¼ de século, confesso modestamente que já tenho meus sinais de idade gravados subjetivamente em algum canto do meu ser. Dores, fugas, amores, desejos...e a sabedoria de confessar quando perdi, quando o tempo passou demais e o instante foi perdido. E ao mesmo tempo, a certeza de que existem coisas que nunca mudam e que nunca conseguirei deixar que passem por mim sem que sinta inteiramente vontade de vivê-las, agarrá-las e nunca mais deixá-las longe. Dessa inexatidão e antítese se faz a vida. Pela dualidade de sentimentos, pela capacidade de soltar-se ao seu bel prazer, deixar que os caminhos se façam, certos de que, quando nos compreendemos e nos amamos, aceitando nossa dura mas real forma de ser, somos capazes de ser vencedores, independente das condições do jogo.

2 comentários:

  1. essa definição de estado não poderia ser melhor: dentro de um parêntese

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  2. Ô moça do 1/4 de século, faça do tempo teu amigo... as marcas que carregamos dele, essas apenas nos mostram o quanto vivemos e o quanto aprendemos com ele

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