segunda-feira, 12 de outubro de 2009

muito menos

Cheguei correndo na parada, mais uma vez, sempre atrasada. É preciso calcular o tempo do engarrafamento, sair antes para chegar depois. Nunca decoro os ônibus que me levam até onde quero ir, preciso perguntar “moço, pára na esquina da Vicente?”. Parece que dessa vez tive sorte, acertei de primeira e o ônibus estava quase vazio. Fones de ouvido, bocejos. Olho para o lado e passa um ônibus, simplesmente, com pessoas saltando pelas janelas. O contraste entre o meu espaço e o que eu observava me fez pensar no quando o muito, às vezes, é negativo. Muito dinheiro no bolso é bom, muita gente no ônibus é estressante e incômodo. Mais uma vez, a relativização das coisas me faz refletir. Não é possível estipular o certo e o errado, encerrrar essas definições dentro de conceitos imutáveis. Eu enxerguei mais uma vez os rostos de tantas cores e expressões passar por mim, que confortavelmente acomodada, olhava pela janela. Porque será que a gente acha então que excesso de algumas coisas pode fazer bem? Até amor demais desgasta, perde a graça, se esvai. Até amor que em si, já é algo bom. A figura da balança me vem à mente, e eu mais uma vez me convenço da necessidade de equilíbrio de que a vida precisa. Dosar sentimentos, atitudes, ponderar um pouco mais antes da necessidade de ação. Eu segui minha viagem, buscando entender como chegar até esse ideal de....sei lá....um ideal, já é algo irreal em si.

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