segunda-feira, 11 de maio de 2009

colcha de meninas

um apartamento que é uma empresa e uma casa ao mesmo tempo. nele, moram dois personagens de uma história que vai ter seu primeiro final-feliz-de-contos-de-fada em julho. um menino exagerado, que compra 17 bandejas de salgadinhos e uma menina ranzinza e engraçada ao mesmo tempo. cabem bem mais adjetivos nela.

uma morena de cabelos curtos que ainda não reconheço de costas, mas que tens olhos que parecem lanternas para mim. os leio de qualquer canto do mundo, sob qualquer tempo e intempérie. um coração dividido, mas sempre compromissado. um coração que ama demais e não vê obrigação em ser responsável pelo que cativa. conselhos de mulher, jeito de criança.

uma abobadinha que chora ao contar uma das maiores perdas que a vida lhe exigiu. presidente do clube, ela seleciona candidatas para uma guerra que parece nunca ter fim. nós e nossos amores. nós descobrindo que amamos nós mesmas acima de qualquer coisa. selinhos para ela, porque essa morena-crespa-lisa merece. e a gente anarquiza, a gente vira do mundo de cabeça pra baixo, e pra isso só precisa cinco minutos e cinco garrafas de polar.

uma mulher importada de meia-calça azul. o vestido xadrez só combina com elas porque quem os veste é a nossa maluca feliz. risadas, comentários que só ela sabe dizer. e dá vontade de tirar fotografias mentais a cada nova risada que ela dá, a cada careta que ela ensaia quando eu conto fatos um tanto desagradáveis. eu guardo ela dentro de mim, mas queria poder a materializar toda a vez que eu apertasse um botãozinho. adulta, linda, como sempre, linda...

uma gilda que telefona de qualquer canto do mundo. se ela tivesse em outro planeta, tenho certeza que dava um jeito. nem o delay prejudica a nossa sintonia. nem anos fazem a gente se perder nos scripts de nossas vidas. e os gatinhos abobadinha? não, ela não parece estar se esmerando para merecer a sua carterinha. quero mais novidades, teleconferências, e-mails-bíblia pra gente poder se contar.

a gente acredita sim em finais felizes e na força estúpida que tem esse amor chamado amizade. porque sabemos o quanto é preciso flexibilidade para entender que mudamos, de cor de cabelo, de peso, de jeito e de opções para as nossas vidas. aceitar o amor sem colocá-lo em forminhas, sem querer dizer se é certo e errado. a gente conhece todos os nossos defeitos e seguimos sentindo falta de uma pitada sequer uma da outra. quando eu contar para meus filhos que um dia conheci vocês vou sentir aquela honra, aquela, que só a gente sabe. nossa amizade, livre, sem preconceitos, por mais "marcada" que esteja encontra sua melhor definição na colcha de retalhos que somos.

3 comentários:

  1. Me senti la com vcs...e eu que estou sempre por perto em pensamento mal posso esperar pra ver a gilda das mantas coloridas e cabelos agora curtos chegar aqui em agosto e depois ve-las em outubro...vai ser taaaaao bom. Cissa, quero uma Polar e uma Bohemia na geladeira por favor!!Quero com aquela camadinha de gelo na garrafa...aaaaaai!!hehehehe

    AMO TU!!AMO TODAS!!

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  2. Amizade é o laço mais incrível que pode haver entre duas pessoas. Acredito que nem mesmo a paixão una duas almas de maneira tão forte e tão, de certo modo, dependente uma da outra. Amizade é uma coisa que, se verdadeira, se carrega pra toda eternidade dentro de nossa mente e alma, mesmo que se perca o contato. E se um dia inesperado vir com um reencontro, é como se as duas pessoas se vissem todos os dias. Parabéns Clarissa, adorei teu texto, tu descreves muito bem, e de agora em diante sempre estarei aqui te acompanhando =)

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  3. ai, sem muitas palavras. Está tudo ali, ali nas palavras combinadas de um jeito que eu tanto gosto e admiro. A vcs, meus retalhos, que são muito do que sou, "gracias por existir".

    p.s: e que o próximo reencontro não tarde a acontecer. Preciso das pitadas de vcs para recarregar as baterias. amo.

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