sexta-feira, 8 de novembro de 2013
observação ao meio dia
Tem cor, tem vozes altas, tem alvoroço esse mundo.
Um bando de gente no calor, entrando em lojas, discutindo, fazendo pressão em si mesmas.
Eu vejo felicidade sim. Adoro ver crianças e mães grávidas.
Ou casais apaixonados.
Mas o que me salta aos olhos é sentir a ansiedade pairando no ar.
Atrás do que toda essa gente corre?
Pra alimentar o quê essa gente come tanto?
Chocolate, salgadinho, cigarro, roupas, brinquedos.
Tudo vai sendo incorporado sem sentido.
A gente não consegue mais enxergar as pessoas, estão todas camufladas de superficialidade.
Dá vontade de levar todo mundo para um lugar onde esses estímulos não existam.
Um campo aberto, um sol de rachar, um lago por perto.
E ver se a gente compreende o que é mesmo que a gente veio fazer nesse mundo.
quinta-feira, 28 de março de 2013
Sagitária
Beirando os 30 não sinto medo, sinto coragem, pés firmes no chão. Parece que voltei ao meu centro e consigo enxergar coisas mais certas, metas atingíveis. Saí do sonho e do talvez, quero concretizar. E não sonho nada impossível. Meus sonhos hoje são bem mais simples do que há cinco, dez anos atrás. Quero paz. De espírito, de coletividade. Quero tempo. Pra lavar meu rosto com calma antes de sair de casa, de me olhar no espelho e observar as mudanças do tempo sem ter medo dele passar. Quero amor. De todas as formas, de casal, de família, de amigos, de energia que se amplia e se traduz em pequenos gestos, que nem percebemos, mas nos dão força para continuar caminhando. Quero estabilidade. Construir minha base por mim mesma, para ter estrutura de encarar novos projetos. É, não quero muito. Mas ao mesmo tempo quero tudo. Tudo o que a vida puder me proporcionar e eu for digna de alcançar. Com fé, esforço, disciplina e leveza...segurando a ansiedade, mas não perdendo o foco.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
parada necessária
Meu corpo para, pede arrego. Licença de mim mesma, pra tentar sentir o som do silêncio. As paradas necessárias que não sabemos dar chegam à força, de cabresto, como uma falta de ar. Mas é possível represar o mar? Se a gente não sabe viver de outro jeito, se as regras foram ditadas assim? Se nos ensinaram a lutar com essas armas, dando o suor, a dedicação, os minutos de um tempo que sei que vai passar. A angústia me toma conta, por medo de errar, por estar fazendo de um jeito torto. Mas é a única maneira que tenho de transformar a realidade, pelo menos a que está ao meu alcance. Fazendo mais, inventando possibilidades, agarrando às unhas o que vem, o que passa. Não quero desperdiçar o tempo, a força, a vontade que tenho hoje.
Mas os planos e desejos se confundem dentro de mim. Tem dias que são emaranhados de compromissos, cobranças e vontades. Quero ser tudo para mim e para os outros. E sei que escorrego nessa corrida frenética. Escorrego, caio, machuco, preciso me curar pra continuar. As lágrimas correm do meu rosto, eu me entrego para os dias, mas sempre com uma culpa que parece me consumir. Quem te plantou essa culpa? Quem ditou essas exigências?
Meus dedos mostram, meus olhos cansados, meu sono atrasado...e sempre tem um dia que eles fazem o mesmo: me cobram aquilo que não os dei. Me cobram me paralisando, até que eu enxergue-os, agarre-os, abrace-os e dê o colo que, na verdade, é para mim. Queria a fórmula de ser mais leve, mais plena, ser descompromissada sem ser relapsa, ser disciplinada sem ser ditadora. Mais uma vez eu seguro as rédeas do cavalo selvagem que tenho em mim. Pode corcovear, vai ter que segurar, não tem outro jeito. Precisa olhar a paisagem, beber a água do rio, sentir o vento nas crinas e esperar ...esperar pra depois continuar.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
por que casar?
Estou assim como essa menininha. Sonhando com o meu casamento. Com o momento que sempre idealizei, mesmo que em alguns momentos, de um jeito tímido ou desacreditado. Mas o sonho branco sempre foi algo superidealizado, bem fora da realidade mesmo. Só conhecendo o noivo, em 2011 que senti o friozinho na barriga. E depois do primeiro pedido, ainda sem a aliança, o que era sonho começou a se delinear. Hoje, o devaneio de criança tem data marcada: 23 de fevereiro de 2013.
Ninguém nasce sabendo que vai casar. Já vi todos os casos: gente que odeia casamento “nos conformes”, que considera hipocrisia, que acha lindo mas não tem grana e prefere investir em uma viagem, ou que sonha, assim como eu sonhei, em um dia realizar. A verdade é que o mais importante é esse sonho nascer dentro de você antes de nascer entre o casal. Casar é uma decisão pessoal, que precisa estar alinhada com seus valores e objetivos de vida. Acho que isso evita a confusão, a decepção, as brigas e as cobranças entre os casais.
Não há formato pré-definido para o amor e nem para os tipos de festa e cerimônia. Quando o casamento se tornou mais real pra mim, um fato de futuro próximo, comecei a ler, a procurar informações e, principalmente, a tangenciar aquilo que, antes, tinha a medida dos limites do meu pensamento (ou seja, indefiníveis). A verdade é que se investe muito dinheiro nesse dia, mas nenhuma festa de casamento se torna inesquecível para aqueles que a vivem se não existe amor e cumplicidade dos atores principais: os noivos.
Por isso que, entre orçamentos, stress, apertos econômicos, sonho, tecidos brancos e flores minha principal preocupação é viver esse momento comigo e com meu amor. Entender cada movimento, sentir cada passo que damos juntos em busca do amadurecimento e da concretização do nosso sonho. O dia de nosso casamento será o reflexo de todo esse processo. Da nossa união, do nosso querer, da nossa capacidade de lutar juntos por um mesmo sonho. Ou seja: o processo antes do casamento é um test-drive para tudo o que viveremos daqui para frente. E por isso que vale a pena curtir cada conquista e sofrer cada aflição. É aprendizado e consolidação.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
eres tú
Teu amor é paz interior e energia de transformação ao mesmo tempo. Acalma e acalenta, mas também faz revoluções dentro de mim, fazendo com que me conheça mais e conquiste novos papéis para minha vida. Contigo encaro qualquer briga, qualquer novo projeto que julguemos pertinente. Meu medo, tão costumeiro, torna-se coragem, uma coragem responsável e baseada em realidade.
Teu amor é de carne e osso, mas totalmente espiritual. Me faz transcender, acreditar nas coisas boas da vida, confiar que nós podemos juntos construir um mundo melhor, uma realidade melhor. Contigo tenho pés no chão e olhos em um horizonte novo e desafiante. O horizonte que quisermos construir. Nossas limitações serão compreendidas, nossos erros serão trazidos à mesa e discutidos. Ninguém quer máscaras aqui, ninguém precisa mais de fantasias. Somos adultos, sabemos o que queremos. Temos acima da responsabilidade com a nossa relação, o desejo de sermos nós mesmos, com nossa individualidade e nosso compromisso com sonhos e desejos pessoais.
Teu amor é absurdamente carinhoso...me faz querer tua pele por perto o tempo em que for possível estar ao teu lado. Teu amor tem gosto de uma tarde de sol, simples e esplêndida ao mesmo tempo. Nosso amor é verdadeiro, do nosso jeito, transparente e com uma realidade que traz tranquilidade por nos fazer sempre encontrar semelhanças na maneira de pensar o mundo e tomar decisões. Contigo vou longe. Contigo sonho mais alto. Contigo experimento uma felicidade serena e sincera.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Da ordem dos furacões
Tsunamis, abalos sísmicos, furacões e tornados. Assim como a natureza tem a sua classe de intempéries causadoras de mudanças avassaladoras, a vida e os relacionamentos também têm. Mudança de emprego repentina, morte, demissão do trabalho e da vida amorosa. Fins em conta gotas ou fins devastadores. Todo o final é perturbador. Todos os fins nos tiram pedaços e nos fazem retornar a nossa forma primária, a nossa constituição de minério de ferro e não mais ao diamante lapidado que achávamos que tínhamos nos tornado.
Tornados na vida causam tristeza, arrancam certezas. E vamos dizer que deveríamos estar preparados. Vamos dizer que piscamos o olho, que baixamos a guarda e levamos um direto. Mas a verdade é que nada poderia ter evitado essa mudança. Assim como nos fenômenos climáticos, nem as previsões meteorológicas podem evitar que recebamos rajadas de vento de 200km/h. Podemos até prever...mas não podemos evitar, na maioria das vezes.
Buscar culpados, questionar “onde é que eu errei”, tudo isso, para mim, é dispensável. A pergunta certa é “como posso acertar”? O que, ao meu alcance, pode ser mudado? A vida deixada na mão dos outros fica frágil demais. Em muitos momentos teremos que nos entregar para viver...confiar no amor, confiar na segurança que ele traz, confiar na estabilidade do salário mensal para investir em uma casa em um carro...mas quando o tsunami vier a nossa única defesa será o que realmente somos e as nossas possibilidades. Nós mesmos e nossa flexibilidade. Nós mesmos e nosso amor-próprio. Nós mesmos e nossa vontade de se reinventar.
George Cloney em seu papel em Amor sem Escalas repete uma frase que, aos ouvidos de alguém que está no olho do furacão, parece uma bela de uma desculpa esfarrapada. Uma frase sem sentido frente à dor de uma perda (no caso do filme, a perda do emprego). “Todo mundo que já construiu um império, ou mudou o mundo, passou pelo que você passou agora. E é porque eles passaram por isso que foram capazes de fazê-lo”. Eu teria vontade de quebrar a cara dele se estivesse sentindo que meu chão havia se destruído debaixo dos meus pés, mas a cruel verdade é que ele está certo. Bons socos e tempestades da vida, seja por nocaute e com rajadas de vento destruidoras, nos fazem crescer e se reconstruir.
Tornados na vida causam tristeza, arrancam certezas. E vamos dizer que deveríamos estar preparados. Vamos dizer que piscamos o olho, que baixamos a guarda e levamos um direto. Mas a verdade é que nada poderia ter evitado essa mudança. Assim como nos fenômenos climáticos, nem as previsões meteorológicas podem evitar que recebamos rajadas de vento de 200km/h. Podemos até prever...mas não podemos evitar, na maioria das vezes.
Buscar culpados, questionar “onde é que eu errei”, tudo isso, para mim, é dispensável. A pergunta certa é “como posso acertar”? O que, ao meu alcance, pode ser mudado? A vida deixada na mão dos outros fica frágil demais. Em muitos momentos teremos que nos entregar para viver...confiar no amor, confiar na segurança que ele traz, confiar na estabilidade do salário mensal para investir em uma casa em um carro...mas quando o tsunami vier a nossa única defesa será o que realmente somos e as nossas possibilidades. Nós mesmos e nossa flexibilidade. Nós mesmos e nosso amor-próprio. Nós mesmos e nossa vontade de se reinventar.
George Cloney em seu papel em Amor sem Escalas repete uma frase que, aos ouvidos de alguém que está no olho do furacão, parece uma bela de uma desculpa esfarrapada. Uma frase sem sentido frente à dor de uma perda (no caso do filme, a perda do emprego). “Todo mundo que já construiu um império, ou mudou o mundo, passou pelo que você passou agora. E é porque eles passaram por isso que foram capazes de fazê-lo”. Eu teria vontade de quebrar a cara dele se estivesse sentindo que meu chão havia se destruído debaixo dos meus pés, mas a cruel verdade é que ele está certo. Bons socos e tempestades da vida, seja por nocaute e com rajadas de vento destruidoras, nos fazem crescer e se reconstruir.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
echando de menos
Teve um tempo em que a saudade foi dolorida. Trazia um gosto amargo na boca, uma mão de ferro apertando o peito, pensamentos perdidos e diminuidores. Tempos de tempestade, de mar agitado...era posse, era vontade de estar no controle. Amor de verdade traz uma saudade que dói também, mas é mais madura, carinhosa...uma saudade que é declarada, que não tem vergonha de existir e nem prejudica a gente. Saudade de ver o brilho daqueles olhos que a gente quer, sentir se nesse tempo em que a distância corporal existiu nada se alterou. Saudade dos corpos juntos, de permitir aquele fluxo de energia que a gente troca com quem ama.
Saudade domada é boa...nos traz certezas, nos traz conhecimento de nós mesmos, nos traz gás para seguir em frente. Não que um amor tenha que ser provado às distâncias...mas porque um tempo de suspiro, de reflexão, nos permite um reencontro com nós mesmos e consequentemente com o nosso ideal de amor.
Sentir saudade é positivo sim. Se ela te enlouquece, te põe fora de si, algo pode estar errado. Se ela te embala num diferente ritmo mas que não te tira os pés do chão, é um bom sinal. Sinal de que estás em ti antes de tudo e a falta da pessoa é apenas um doce sinal de que existe uma forma melhor ainda de se viver. Não porque estar sozinho é angustiante ou impossível, mas porque estar em companhia de quem se ama te adiciona e te completa. Simplesmente porque estar ao lado de quem se ama é mais.
Saudade domada é boa...nos traz certezas, nos traz conhecimento de nós mesmos, nos traz gás para seguir em frente. Não que um amor tenha que ser provado às distâncias...mas porque um tempo de suspiro, de reflexão, nos permite um reencontro com nós mesmos e consequentemente com o nosso ideal de amor.
Sentir saudade é positivo sim. Se ela te enlouquece, te põe fora de si, algo pode estar errado. Se ela te embala num diferente ritmo mas que não te tira os pés do chão, é um bom sinal. Sinal de que estás em ti antes de tudo e a falta da pessoa é apenas um doce sinal de que existe uma forma melhor ainda de se viver. Não porque estar sozinho é angustiante ou impossível, mas porque estar em companhia de quem se ama te adiciona e te completa. Simplesmente porque estar ao lado de quem se ama é mais.
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